Em vez disso, a fidelidade é para com a literatura ven, em três sabores distintos: os “livros de travesseiro” — literatura orientada geralmente às mulheres, que se diz escrita por nobres escondidos sob pseudônimos —, as peças de teatro — populares, visto que o nível exagerado de violência presente nelas não seria apropriado a audiências nobres (que mesmo assim apreciavam tais peças, mesmo que secretamente — e a ópera, com suas tramas grandiosas e personagens maiores-que-a-vida. Destas fontes, o resultado são personagens aristocráticos e traíras, envolvidos em doses massivas de ritual, romance, vingança, duelos, envenenamento e outras atividades igualmente edificantes.
Nobre significa que o personagem é o cabeça de um feudo, com todas as responsabilidades que isto acarreta. Esta é uma das facetas “anti-D&D” do jogo: os personagens não são mercenários nômades sempre dissociados da Lei (que costumam desrespeitar sem quaisquer conseqüências adversas), hermeticamente isolados das intrigas de alto escalão e sempre à cata de uns tostões para torrar em espadas com bônus. É o oposto: os personagens são figuras importantes e influentes e, dada a responsabilidade que vem com o título, não podem sair por aí matando gente e se lixando para as conseqüências da Lei. Na verdade, eles podem, e o fazem, mas devem ser sutis, se valendo de esperteza e brechas na Lei presente no cenário. (Que, aliás, para as situações relevantes ao tema do jogo, são bem detalhada.)
Outro anti-D&Dismo: os personagens envelhecem. Eles não têm eternamente 25 anos, ficando “melhores” à medida que inviabilizam metabolicamente hordas de criaturas. O jogo se divide em estações (de maneira semelhante ao Mouse Guard), cada uma com particularidades que afetam o personagem (que vai envelhecendo, mas ficando mais habilidoso e astuto) e o feudo que ele controla (que possui produção agrícola, entre outras coisas).
Uma ótima leitura a todos!!!
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